terça-feira, 18 de junho de 2013

7 SEMANAS - AS CÓLICAS, O PÂNICO E A DEPRESSÃO

Com 7 semanas as cólicas estavam muito fortes. Em uma segunda-feira elas estavam incomum. Vinham em ondas. Fiquei com medo de estar expulsando o bebe. Liguei para o trabalho avisando que não iria. Em seguida, liguei para o Erik e pedi para ele me levar numa emergência.

Fui inicialmente em uma maternidade, lá a médica nem encostou em mim e me passou uma ultra, mas na clínica deste hospital, eles estavam deixando de atender pela Vale e não pude fazer a ultra lá.

Fui para outro hospital, o Vitória Apart, fiquei na área da emergência comum e só depois descobri que o atendimento obstétrico era em outro local.

Cansada, com dor e muito preocupada fui para o setor correto. Meus momentos de horror estavam apenas começando.

Logo na recepção me deparei com uma mulher em processo de aborto. Chorando e com hemorragia, me coloquei no lugar dela. Senti um medo tão imenso de perder meu bebe e acabei caindo aos prantos. Em seguida, uma sensação conhecida começou a tomar conta do meu coração e corpo. Comecei a sentir um pavor, meu corpo gelou, meu coração disparou. Estava tendo uma crise de pânico. Com a medicação que tomava para depressão e ansiedade (Paxtrat), eu ficava muito bem, mas com a descoberta da gravidez estava desmamando o paxtrat e iniciando a fluoxetina (que é bem mais fraca). Eu sabia que era questão de tempo para crises como essa acontecer.

Junto com o pavor, comecei a ter medo de ser mãe. Na verdade, estava tão apavorada que tudo me dava medo. O medo de perder meu bebe era tão grande que acredito que passei a não querer estar grávida para não sofrer com a perda do meu filho tão amado.

Liguei para a minha mãe desesperado. Ela me entende como ninguém e falou que eu não sentia isso de fato. Que era o medo falando por mim. Conversar com ela é sempre muito bom!!!!

O médico me chamou. A maca ainda tinha as marcas de sangue da paciente que estava abortando. Ele mandou esterilizar a maca. Com tudo limpo, fez o toque e estava tudo bem fisicamente, mas neste ponto eu já estava consumida, não parava de tremer. O pavor ainda tomava conta de mim. A sensação é como se estivesse alguém apontando a arma para sua cabeça e vc tem certeza que vão te matar. Ele me passou um exame de urina e solicitei uma ultrassom. Tive que aguardar muito tempo para receber o resultado do teste e fazer a ultra.

Almocei, mas estava enormemente enjoada. No caminho até a clínica que faria a ultra vomitei no corredor. Enquanto esperava minha vez, vomitei numa pia que ficava no corredor tbm. Na frente de todos. O Erik morreu de vergonha, mas no estado emocional que estava, nem me importava.

Quando entrei para fazer a ultra, me tremia tanto que o médico comentou algo, mas tudo agora é meio nebuloso. Vi meu bebe. Ele estava bem. Um lado meu ficou aliviado, mas o lado do pavor, que deturpa tudo oq penso e sinto, não queria mais aquele bebe.

Só de lembrar disso tudo fico ruim. Na época me senti muito culpada. Mas hoje me entendo e até tenho um pouco de pena de mim mesma por ter que passar por isso.

Voltei para casa. eu só queria a minha cama. Estava arrasada! Emocionalmente esgotada. Vou ao banheiro e oq encontro? Sangue preto na calcinha. Na hora pensei: "isso é castigo pelo que fiquei sentindo sobre meu bebê". O que ninguém nunca havia me dito era que algumas mulheres sangram após a ultra.

Liguei para meu GO. Não contei que fui ao hospital (fiquei com vergonha), mas falei do sangue e da depressão. Ele me passou progesterona e aumentou a dosagem da fluoxetina. Demorei ainda algum tempo a aumentar a dosagem, pois não queria fazer mal ao bebe. Até que finalmente tive que me render quando não aguentava mais. Passei algumas semanas tomando a fluoxetina dobrada e assim que eu me senti melhor e mais segura, voltei para a dosagem anterior.

Quanto a progesterona, tomei durante uma semana. O sangramento durou uns 4 dias. Era bem pouco e no fim só sujava o papel.

Esse foi só o começo na minha vida na maternagem.

4 comentários:

Suzana disse...

Nossa menina que susto, e que panico, deve ser muito difícil mesmo, tbm não sabia que algumas mulheres sangram depois da ultra. Valeu por compartilhar

Yasmine Nousiainen disse...

=)

Margareth Krause disse...

Encontrar seu blog foi um tremendo bálsamo para mim. Obrigada por compartilhar sua experiência, e saiba que está me ajudando demais.

Margareth Krause disse...

Encontrar seu blog foi um tremendo bálsamo para mim. Obrigada por compartilhar sua experiência, e saiba que está me ajudando demais.

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