terça-feira, 9 de julho de 2013

15 SEMANAS - Qual a cor do meu mundo?

Dia 10 de maio de 2013 saí do trabalho lá pelas 14:30. Fui fazer uma ultrassom para ver se descobria o sexo. Fui de ônibus, pois o Erik estava em reunião no trabalho e não poderia me acompanhar.

Por sorte cheguei lá bem rápido e fui logo atendida. Por uma lado foi bom, pois eu estava muito nervosa. Por algum motivo que desconhecia, estava muito ansiosa, meu coração estava disparado. Por outro lado foi ruim, pois se eu tivesse demorado para ser atendida talvez desse tempo para o marido chegar.

Enfim, chamaram meu nome eu entrei na sala que já estava em meia luz. A médica da ultra era bem simpática e me orientou a deitar na maca. Dava para ver meu coração pulsando fortemente. Era uma crise de pânico? Não estava bem. A médica começou a gravar as imagens. De cara vi meu bebe ali. Estava tão grande! A preocupação que o coração não estivesse batendo já não era tão forte. Meu filho é um guerreiro. Ela mediu a cabeça, a barriga, o fêmur e o úmero. Meu bebe se mexia muito... tão danadinho. Esses encontros na ultra sempre são muito emocionantes. 

Daí a médica perguntou se eu queria saber o sexo. Claro que sim!!!!! Ela começou a dizer que não estava com vontade de dizer... ai que me deu uma raiva! Pensei: “Diz logo sua bruxa”, rsrsrsrsrsrsrsr. Ela colocou a imagem e era inegável. Não havia dúvidas. Meu mundo é da cor... AZUL!!!!!!!!!!!!!!!!








O Miguel estava ali. Ele não se fez de rogado. Mostrou muito fácil seus documentos. Até a médica ficou impressionada. Mas também, agitado como era... não era do tipo que se encolhia e ficava paradinho. Ele queria era se mostrar. Meu Miguel é único. Depois, em casa, fui ver algumas ultras de bebes no youtube e notei que em geral são muito paradinhos. Fiquei orgulhosa do meu Miguel.

Sabe, não vou mentir, foi um baque a notícia do sexo. Acho que o fato de eu ter diminuído a dosagem do antidepressivo ajudou muito, pois eu fico extremamente sensível a qualquer notícia ou mudança. Quando descobri a gravidez eu apenas queria que meu bebe tivesse vida. Tanto fazia o sexo. Com o passar dos dias, comecei a desejar um menino. Eu lembrava dos meus sobrinhos e via o quanto eles eram lindos. Depois, comecei a achar que era uma menina e eu soube: qualquer que fosse o sexo, seria uma felicidade e uma tristeza. Felicidade por vir aquele ser e tristeza, pois um dos sexos teria que ser deixado para o lado. Eu queria um menino e uma menina, mas estava grávida de um bebe só. Eu acreditava tanto que seria uma menina, que já tinha pensado no quarto todinho dela, mas ficava um pouquinho triste, pois o Miguel teria que ser tentando em outra gravidez. Como pode uma pessoa ter sentimentos tão opostos? 

Enfim, a ultra não deixava dúvidas. Era um menino. Era o meu Miguel. Mas um lado meu ficou muito triste porque aquela menininha que eu tinha sonhado em minha mente não existia. Teria que refazer todos os sonhos, pois eu já havia criado dentro de mim um mundo rosa. Me senti culpada por estar assim. Eu queria estar feliz, pois meu milagre, independente do sexo, estava ali, forte, saudável e tão animado com a vida! Fui para casa, parei algumas vezes para vomitar, mas não saia nada. Meu coração estava a mil. Queria muito chorar. E de fato, quando cheguei no meu cantinho, meu refúgio, chorei. Chorei pela menina que não existia, chorei pelo quarto que não faria e pelos lacinhos que não usaria, chorei pela minha família que só nasce menino e que eu sei que preferem meninas, mas principalmente, chorei por eu ser uma idiota, por culpa, pela raiva que eu tinha de mim mesma. Por que não podemos controlar nossos próprios sentimentos. 

Respirei fundo. Entrei no facebook e falei com minhas companheiras nos 2 grupos que participo. Uma forma de aceitar um momento que estou passando é contar para os outros o que se passa na minha cabeça. Dessa forma eu me puno e ao mesmo tempo, me aceito. Sei que muitas, devem ter pensado, poxa, eu louca para ter um filho e essa daí triste por ser um menino. Mas não era isso. Eu também queria um menino, mas eu tinha aceitado minha menina. Ah, sei lá. Tudo é tão confuso e entranho. Elas me apoiaram e não se mostraram indignadas com aquilo que eu estava colocando. A Mah, como sempre, me apoiou demais. Se ela soubesse o quanto as palavras dela me ajudaram nos piores momentos me dando força para levantar... Obrigada Mariana!

Eu sabia que aquilo tudo ia passar. Eu sou uma pessoa forte. Não me deixo abater por muito tempo. Então a terceira coisa que fiz depois de chorar e me confidencializar no face foi procurar o quartinho do meu filhote. Achei tanta coisa linda. Estava sonhando de novo. Toda fez que penso no Miguel, lembro das ultras, do quanto ele tem vida, do quanto ele é esperto e lembro ainda dos meus sobrinhos, de como eles são incríveis. Se meu Miguel for como eles eu seria a mãe mais realizada do mundo.


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