sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Miguel nasceu!!!!! Relato de um parto

Nossa, fiquei muito sumida por aqui. Mas com a chegada do Mi tudo ficou muito corrido e em meu tempo livre aproveito para dar uma descansada.

Bem, O mi nasceu dia 25 de outubro de 2013. Era uma sexta-feira. Teve APGAR 8 e 9. Nasceu um pouco cansadinho, mas penso que possa ter sido efeito da fluoxetina (quem sabe ela não deixou ela meio letárgico) ou mesmo a anestesia. 

Aqui relato meu parto pelo o que me lembro. Confesso que minha memória não é a das melhores, então comecei a escrever esse relato poucos dias após o parto para tentar reter o máximo de informações possíveis.


RELATO DE PARTO - 25 DE OUTUBRO DE 2013

Já vinha sentindo contrações com dor há alguns dias. Fui no PS e não era nada, apenas o corpo se preparando para a GRANDE HORA.

Nesse dia, estava sentindo tais contrações assim como no dia anterior e anterior. Por volta das 17 horas comecei a sentir uma pressão forte no baixo ventre e um desconforto na bexiga. Achei que era o Miguel encaixando. Não estava notando minha barriga dura nessa hora. Fiquei deitada vendo tv e as dores foram piorando... iam e viam. Fui tomar um banho e as dores foram ficando intensas. Não sei quanto tempo fiquei lá. Cada vez q esboçava uma tentativa de sair vinha uma dor muito forte. Falei para meu marido que queria ir ao PS pq não estava bem. Já estava chorando de dor. Quando finalmente saí do chuveiro devia ser em torno de 19 horas. Pedi para meu marido ligar para meu GO pq eu não estava conseguindo falar. Estava deitada na cama toda encolhida. Não consegui prestar atenção no que meu marido falou, mas meu GO respondeu a ele dizendo q devia ser o Miguel encaixando e que eu tomasse um buscopan. Nesse momento eu tinha total ciência que não era encaixe, Das duas uma: ou eu estava parindo ou morrendo. Falei para o Erik que iriamos ao PS. Não estava cronometrando as contrações, mas estavam assim: terminou uma contração, peguei meu cel para colocar o aplicativo de contrações e enquanto eu buscava o aplicativo que já havia baixado tive outra contração. Então, deixei pra lé o aplicativo. Na hora da dor eu só conseguia me concentrar na respiração, pois se eu soltasse algum som ia sair um gemido extenso ou um grito. Esperei a contração passar. Levantei. Peguei o primeiro vestido que achei. Outra contração. Passou. Me vestir. Outra contração. Esperei passar. Caminhei do quarto à sala. Outra contração. Foi td muito rápido. 

Em nenhuma das vezes que fui ao PS levei as malas, mas dessa vez eu sabia que era a hora. Levamos td. Antes de sair, tive uma sensação de despedida. Não sei bem do que. Talvez o medo da morte, ou a ciência de nada mais seria mesmo. Era um adeus a velha vida. 

Os movimentos do carro até o PS agravavam ainda mais as contrações. No hospital entrei com cadeira de rodas e fui direto ao consultório. A médica pediu para eu deitar na maca e no toque falou que eu estava sim em trabalho de parto e que estava com 2cm de dilatação. Perguntou quem faria meu parto e falou para eu ligar para meu GO. Enquanto meu marido falava com meu médico, a plantonista falou que minha barriga estava endurecendo sim (eu havia dito que não sentia minha barriga endurecer). Ela tbm perguntou que tipo de parto eu faria e respondi que tentaria um PN e ela respondeu que seria um parto demorado, pois o Miguel nem estava encaixado. O Erik passou o celular para que a plantonista falasse com o Dr. Justino. Ela falou que eu estava em franco trabalho de parto, com 70% do colo apagado e 2cm de dilatação. O Dr. Justino indicou para que nós fossemos ao hospital Santa Úrsula que é onde ele faz partos.

Chegamos no Santa Úrsula 21:00. Eu já não estava conseguindo pensar direito. As contrações não davam trégua. Nesse ponto elas estavam na seguinte frequência: entrei no quarto de cadeira de rodas já com contrações. Esperei passar. Levantei e uma enfermeira foi me ajudar a vestir a camisola. Tirando a roupa (um vestido, um sutien e calcinha), outra contração. Esperei passar. Terminei de tirar a roupa, outra. Comecei a colocar a camisola (uma bata com abertura para trás) tive outra, não deu tempo nem de fechar a bata atrás. Lembro que enquanto me escorava na cama com o tronco encurvado, a enfermeira segurava a bata por trás para não mostrar minha traseira. Nesse ponto não existia pudor, vergonha, ansiedade, felicidade, medo, nada, somente a dor. Me deite e pouco depois meu médico chegou. Ele me avaliou e disse que continuava com os 2cm e Miguel alto. Falou que se eu quisesse ter parto normal nós poderíamos tentar, mas que seria muito sofrível pois além de não ter evoluído nada na dilatação, das contrações já estarem de expulsão o Miguel ainda estava alto e que pelo andar da carruagem eu ficaria muito tempo em trabalho de parto e não era garantido que no fim eu tivesse êxito. 

Nesse ponto, abro um parêntese. Desde o começo da gravidez eu decidi não decidir. Deixar rolar. Afinal, parto é uma caixinha de surpresas. O que pensava: quando o momento chegasse, se td estivesse propício a um PN, como encaixe, dilatação e etc eu teria um parto normal sim, mas se percebesse que poderia ficar horas em TP eu iria para a cesária. Acontece, que no percurso, eu fui ficando muito tendenciosa ao PN. Não me imaginava nadinha fazendo uma cesária. Mas depois das últimas consultas que meu médico havia falado que talvez eu não pudesse ter PN pelo tamanho do Miguel, eu fiquei muito confusa e frustrada. Depois de pensar muito voltei ao plano original: deixar rolar.

Foi seguindo esse plano que tomei minha decisão: faria uma cesária. Sendo muito sincera, não foi a dor que me fez decidir, nem mesmo a dilatação, decidi pelo fato do Miguelzinho não ter encaixado. Eu já estava há mais de 4 horas em TP e o filhote continuava alto.

Falei que faria uma cesária, mas que não queria anestesia rack, pois já vi muitas pessoas sofrendo enxaquecas terríveis devido à essa anestesia. Meu GO falou que a rack era melhor que a epidural e que chamaria o anestesista para conversar comigo. Ele saiu e pouco depois me tiraram do quarto e me levaram para a sala de cirurgia. Minha contração durou o percurso todo. Esse ponto até a anestesia em si é meio nebuloso. As contrações não davam trégua. Lembro que o anestesista chegou e falou sobre a rack, que hoje ela é mais segura e afeta tem menos chance de afetar a medula e etc e que ele faria uma medicação profilática para enxaqueca. Essa decisão eu tomei sim pela dor. Vai uma rack aí.

A anestesia foi supertranquila, não doeu nada. Injeção doe bem mais. O ruim é que tinha que ser rápida, pois tinha que ser dada entre as contrações. Quando essa bendita entrou na minha coluna, nem posso expressar o alívio que tive. Tudo ficou leve. Acho que fiquei chapada de alívio. Rsrsrsrsrsrs. O Erik chegou e sentou ao meu lado. Comecei a sentir uns balançados no meu corpo e perguntei para o Erik se já estavam cortando e ele falou que não ia olha... tadinho, estava meio branco. Aí ele criou coragem e deu uma esticada no pescoço bem rápido e falou: “Yasmine, quanto sangue!”. Isso é coisa que se diga! Por um momento fiquei preocupada, mas aí me toquei que ele é meio apavorado com sangue, então relaxei. Mexe aqui, mexe ali e o médico falou: “paizinho, vem tirar uma foto que já vai nascer”. O Erik a princípio não quis, aí falei para ele ir lá e ele foi. As 21:40, pesando 3,580 e com 47cm (que depois se descobriu ser 50 cm) meu príncipe veio ao mundo com um chorinho tão gostoso, não era estridente, era lindo. O choro da vida!



Me mostraram ele. Peguei no seu pezinho e logo o levaram para avaliação. Confesso que nesse ponto eu estava anestesiada. Haviam dois bebes ali. Um era o que estava na minha barriga. O que eu imaginei durante 9 meses. O outro era aquele do chorinho gostoso, cabeludinho e rosto redondo. Bebe imaginário X bebe real. Da outra sala escutei seu choro cheio de vigor após as aspirações e td o mais. Nascer, não tem jeito, sempre é traumático. Depois a pediatra trouxe meu pacotinho e colocou junto ao meu rosto. Naquele momento eu me tornei mãe! Não mais de um bebê imaginário como foi durante 9 meses, mas de um bebê real: meu filho, meu dengo, meu príncipe, meu tudo!

Levaram ele e o Erik foi junto. Queria tanto que ele, Miguel, ficasse comigo. Queria ficar chamegando ele até o mundo acabar.

Ficaram me costurando. Essa fase da cesária é mais longa que a do corte. Lá pelas 22:20 meu médico se despediu e ficou comigo uma moça que me limpou e me colocou na maca que me levaria para o quarto. Na saída do centro cirúrgico, passamos pelo berçário e vi de longe meu bebê. Logo logo ele estaria comigo. Como ele nasceu um pouco cansado, estava num berço aquecido (posteriormente, por meio de fotos, vi que ele ficou no CIPAP). 



No quarto as recomendações era não falar. Mas isso foi meio difícil. Aproveitei o silêncio imposto para anunciar na internet as últimas novidades. 

Ele foi para o quarto por volta da meia noite ou 01 da manhã e foi direto para o peito. Eu estava deitada ainda sem poder levantar e nessa mesma posição ele foi colocado no meu peito. Graças a Deus o meu leite desceu super rápido e as enfermeiras sempre comentavam a sorte que eu tinha de já ter tanto colostro.
A primeira vez que o segurei

A primeira mamada


(CONTINUA...)





2 comentários:

Suzana disse...

Linda, estava louca para ler o seu relato. Me emocionei aqui quando vc falou da chegada dele e ri com o comentário do seu marido sobre o sangue...rsss
Miguelzinho é muito lindo!

Parabéns!!!

Beijos

Unknown disse...

Lindo Yas...Momentos mágicos!!

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